O PROCESSO DE CRIAÇÃO COMO FENÔMENO: operações, dinâmicas, modelos temporais

Resumo: Este projeto de pesquisa detém-se no estudo da conduta criadora, aqui compreendida como complexo sistema de variáveis atuantes no intervalo do suposto início de um trabalho artístico até sua materialização final. O estudo da conduta criadora tem como horizonte metodológico a Poïética. René Passeron (PASSERON, 1989, 1997, 2004), retoma a Poética aristotélica e reconduzida por Paul Valéry, e aplica-a nas Artes Visuais. Uma questão definidora do campo poïético seria a postura fenomenológica do fazer, em que o artista captaria o criativo na conduta em si mesma, e não apenas no trabalho artístico como termo final da ação poética. Consideramos como suportes conceituais a redução fenomenológica Edmund Husserl e a fenomenologia da imaginação, de Gaston Bachelard. Este projeto objetiva desenvolver pesquisa prática (experimentação artística) e pesquisa teórica (estudo “das ciências da arte que se faz”), enfatizando como desenhos ou modelos temporais se presentificam no processo de criação em arte. O fazer suscita as questões poéticas e as questões teóricas que serão tramadas na investigação. O viés prático é destinado ao trabalho da pesquisa em arte feita por artistas e estudantes de arte, tratando dos modos como são incorporadas a repetição, a descontinuidade e a interrupção, sobremaneira as crises instaladas no interior do processo; as relações com o conexo histórico, social e cultural. São dimensões e aspectos que desestabilizam a noção corrente de que o processo de criação se assenta, sem problemas, em uma estável linha do tempo; a sucessão perfaz a diacronia e o desenho do tipo “flecha”, em que se guarda grande expectativa com relação à finalização de uma obra. Esta sucessão tem dado prevalência aos resultados como ápices de um processo longo ou não. Considerando que comumente o percurso de criação corresponderia a essa trajetória linear, de que modo podemos considerar outras trajetórias para o percurso de criação? A ideia fundamental é pensar como processos de criação perturbam, problematizam a estável linha temporal. A dimensão teórica da pesquisa considera modelos e formas temporais estabelecidos por outras áreas do conhecimento que possam nortear uma singular instauração de obras na cadeia temporal, como as reflexões de Thomas Kuhn (1922-96), George Kubler (1912-96) e Aby Warburg (1886 -1929).

Data de início: 10/08/2020
Prazo (meses): 48

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado FRANCISCO AURÉLIO DE SOUZA PEREIRA
Aluno Mestrado JOÃO VICTOR COSER
Aluno Mestrado JOSÉ HENRIQUE RODRIGUES DE SOUZA
Aluno Mestrado KAROLINE RODRIGUES GOMES
Aluno Mestrado LUAN DANIEL COELHO SOARES

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