Novos Espaços de Fruição e Comunicação da arte no século XXI: Ressignificações digitais de Van Gogh nas Exposições Imersivas

Nome: SANDRA REGINA BASTOS

Data de publicação: 28/06/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DANIEL DE SOUZA NEVES HORA Examinador Interno
DAVID RUIZ TORRES Presidente
ROBSON XAVIER DA COSTA Examinador Externo

Resumo: Cada vez mais instalações contemporâneas estão definindo espaços de realidade virtual com uso de mediação e tecnologias, permitindo interação entre obra e espectador. Fruto da cibercultura, o fato é que a mídia digital, como ferramenta, vem promovendo e expandindo a arte e a cultura, ressignificando obras de arte a partir de animações e efeitos, possibilitando processos de virtualidade. Os eventos tecnológicos geraram um cenário pós-digital, surgindo assim, realidades aumentadas, mistas e outras práticas artísticas que estão se tornando reconhecidas e têm transformado a arte digital num segmento próspero e interessante, já que envolve a participação de muitos artistas importantes. A pesquisa busca apresentar dados reconhecendo como as tecnologias digitais transformam o ambiente imagético e artístico, influenciando a prática de comunicação entre obra, artista e público em exposições com mediações tecnológicas imersivas. A pesquisa propõe uma reflexão sobre os questionamentos apresentados por vários autores que estudam o tema da virtualidade dentre eles, Oliver Grau, autor que contribui fundamentalmente para esta pesquisa e trata a interatividade sensorial como essencial para o estudo de “arte virtual”. A autora Anne Cauquelin trata o tema das exposições imersivas transcendendo o espaço expositivo clássico e ainda nos apresenta o quanto as instalações virtuais são também reflexo do desdobramento do pós-modernismo. A autora Greice Antolini Silveira acrescenta à pesquisa informações da interferência das imagens nos sentidos reagindo aos efeitos da ilusão no momento que o visitante entra nas instalações. Vários outros autores acrescentam dados a partir de pesquisas sobre os elementos como piso, paredes e tetos que fazem parte do projeto para que o participante se sinta como presença cênica e o quanto a ocupação do espaço completa a obra, integrando-a. Nas instalações interativas, as imagens se apresentam de forma a fazer o espectador vivenciar emoções e experiências sensoriais – táteis, auditivas, visuais, olfativas – usando efeitos com imagens 3D em movimento e materiais alternativos. As exposições imersivas ganham notoriedade a partir do início do século XXI e atualmente são apresentadas em espaços de grandes dimensões, usando recursos digitais e trazendo novos parâmetros para convívio, comunicação e divulgação das diversas formas de expressão artística a vários tipos de público. Esta pesquisa investigou como as tecnologias digitais são capazes de transformar o ambiente imagético e artístico, influenciando a prática de comunicação entre obra, artista e público em exposições com mediações tecnológicas imersivas. O estudo foi desenvolvido a partir de uma metodologia de pesquisa qualitativa documental com estudo de caso a partir de relatos e histórias com mapeamento das exposições imersivas dos últimos 4 anos na região Sudeste do Brasil e material referencial elaborado nas visitas feitas presencialmente desde 2019 com tema do artista em questão. Para a conclusão da pesquisa e para a apresentação do estudo de caso de uma exposição imersiva, usaremos como referência a Metodologia de análise, desenvolvida em 2004 pelo Dr. Javier Marzal Felici, em 4 níveis de análise metodológica. Na pesquisa trouxemos esse contexto de virtualidade e imersão, dentro do qual o espectador tem um novo olhar para os elementos elaborados pelo artista na obra real, em relação às cores, à volumetria, às formas e ao gestual. Dessa forma, a imagem reproduzida com o uso de recursos digitais coloca o espectador como parte da obra. Por ressignificar as expressões artísticas, as exposições imersivas são analisadas nessa pesquisa dentro do ponto de vista poético, do aspecto teatral e espetacular das reproduções além de poder reorganizar e reordenar uma temática desejada para uma nova espacialidade. Dentro desse novo contexto, esses espaços em formato de instalações interativas, ressignificam obras de artistas consagrados como Van Gogh, permitindo-nos compreender essa nova versão ou linguagem museológica, chamada de exposições imersivas, como novo espaço de fruição e comunicação da arte no século XXI.

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