CORPO-PAISAGEM: ELABORAÇÕES PERFORMÁTICAS PARA UM EXOESQUELETO POÉTICO
Nome: FRANCISCO AURÉLIO DE SOUZA PEREIRA
Data de publicação: 31/10/2023
Banca:
Nome | Papel |
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AISSA AFONSO GUIMARAES | Examinador Interno |
CLAUDIA MARIA FRANCA DA SILVA | Presidente |
RODRIGO BORGES COELHO | Examinador Externo |
Resumo: Esta pesquisa poética aborda as negociações de existência - os fluxos de vida e de morte - entre o corpo e a paisagem, sujeitos e animais outros componentes de uma realidade sertaneja. A escrita criativa, a performance - em desdobramentos vídeo e fotográficos - e os relatos de processo criativo são tomados como estratégias metodológicas para produzir um duplo movimento de escavação e camuflagem: em primeiro, animais criados na ruralidade (tais como porcos, asnos, bois) têm suas carcaças escavadas e expostas à vista; posteriormente, o corpo em estado de performance é imerso na paisagem em busca de tornar-se integrado ao todo. Assim, a perspectiva da morte é tomada como ponto inicial para se investigar relações de emaranhamento literal, simbólico, narrativo e epidérmico entre o indivíduo e o espaço ao seu entorno. Euclides da Cunha, Gilles Deleuze e Félix Guattari, João Cabral de Melo Neto e Emanuele Coccia são alguns dos autores estruturantes de uma perspectiva mimética corpo-paisagem, em que o exoesqueleto poético, que a princípio seria um dispositivo mortífero de proteção, torna-se um elemento de conexão/simbiose/embate que deflagra, através do enlace corporal e performático na floresta, o desejo por uma utopia onde esteja desfalecida a falácia hierárquica da cisão entre o humano e sua dimensão animal.