Interações Audiotáteis: Música, Cultura e Novas Mídias  

Resumo: Considerando a distinção ‘visual/audiotactil’, operada por M. McLuhan, em relação aos modos de percepção e de organização da experiência, respectivamente, no mundo mecânico da Primeira Revolução Industrial e e no mundo tribalizado da Era Eletrônica, e o modelo taxonômico denominado Teoria da Músicas Audiotáteis (TMA), o presente projeto volta-se para a identificação e problematização de modalidades de interação artística e cultural que emergem no âmbito da produção, recepção e transmissão da música por meio das novas mídias. Os objetos de pesquisa estendem-se a fenômenos, processos, obras, teorizações, artistas, sistemas notacionais, produtos, mídias, tecnologias, etc, através dos quais buscaremos observar o comportamento das seguintes dimensões expressivas do fazer musical: o groove, a extemporização, a improvisação e a constituição das regras e códigos de interação musical.
Em perspectiva diacrônica, a TMA considera dois momentos da fenomenologia musical audiotátil: o da CNA primária e o da CNA secundária. O primeiro corresponde, naturalmente, ao advento da fonografia, onde a CNA primária se especifica como medium indutor dos efeitos psicocognitivos e estéticos da gravação sonora sobre a formatividade audiotátil. Trata-se de um fenômeno ligado à origem da percepção por parte dos artistas de que suas músicas poderiam ser fixadas e reproduzidas infinitamente na fase de recepção, ou fase estésica. O segundo momento refere-se ao advento da tecnologia da fita magnética, e das primeiras experimentações das técnicas de edição, de pós-produção e montagem, e dos dispositivos de gravação multipistas, com os quais se especifica a CNA secundária. Nessa dimensão cultural, portanto, o modelo de criação musical é condicionado aos efeitos psicocognitivos e estéticos relativos a tais possibilidades de edição na fase poiética-produtiva. Além disso, pode-se considerar também a existência de um estágio pré-CNA, posto que uma música pode alcançar o status de audiotátil após atravessar mediação escritural ou oral.
A hipótese do projeto é que as novas interações audiotáteis são produzidas sob a influência de uma CNA de terceira ordem cujo funcionamento e princípios epistêmicos levantam-se como questões chave para o problema da nossa pesquisa. A questão geral da pesquisa é: Como se configuram as interações audiotáteis diante da nova modalidade de codificação néo-aurática (CNA de terceira ordem) induzida pela lógica operativa das novas mídias? Mais especificamente, levantamos duas questões: (1) Quais são os modelos groovêmicos que caracterizam o estilo dos artistas, dos grupos e dos gêneros musicais populares/urbanos de expressão audiotátil nessa nova modalidade? (2) Como esses modelos variam, em perspectiva sincrônica e diacrônica, em função dos contextos culturais, e dos processos inter e transculturais vivenciados?Pretende-se produzir uma base de dados na medida em que os resultados forem surgindo, visando a produção de análises em perspectiva comparativa permitindo aplicações destes resultados nos mais diversos campos da musicologia (teoria, crítica historiográfica, educação, etc), das artes, ciências humanas, bem como da economia criativa. Pretende-se elaborar um modelo teórico para a codificação néo-aurática de terceira ordem.

Data de início: 25/09/2019
Prazo (meses): 60

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado CAIO JOSE RODRIGUES MACIEL
Aluno Mestrado FELIPE PESSIN MANZOLI
Aluno Mestrado FABRICIO DO ROSÁRIO MOREIRA
Aluno Mestrado ISMAHEL CARVALHO DE SOUZA
Coordenador FABIANO ARAUJO COSTA
Transparência Pública
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