Ressonâncias entre o expressionismo abstrato e o free jazz

Nome: GABRIEL ROSSETTO AMORIM

Data de publicação: 22/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE SIQUEIRA DE FREITAS Presidente
ANDRÉ DOMINGUES DOS SANTOS Examinador Externo
FABIANO ARAUJO COSTA Examinador Interno

Resumo: Investigamos paralelismos entre música e pintura no século XX, com um enfoque particular nos programas do expressionismo abstrato e do free jazz, nas décadas de 1950 e 1960. O objetivo primordial foi identificar semelhanças entre essas duas modalidades distintas de expressão artística. Para atingir tal objetivo, adotamos uma abordagem metodológica fundamentada no conceito de “ressonâncias”, concebido por Freitas (2012), segundo o qual o observador aproxima obras artísticas de modalidades distintas com o objetivo de extrair novas leituras e camadas interpretativas. Com as aproximações entre matérias/técnicas musicais e pictóricas, apuramos possíveis semelhanças nutridas de nossa experiência artística, num viés fenomenológico. A discussão subsequente realçou a capacidade das abordagens interartes de ampliar o escopo interpretativo das obras, muitas vezes desvelando estratos de significados que foram amparados pela relação do meio com a experiência (MCLUHAN, 1964). Acreditamos que o álbum “Free jazz: a collective improvisation” (1960) de Ornette Coleman e a pintura “White light” (1954) de Jackson Pollock adquirem semelhanças principalmente no contexto tátil e na importância dada à improvisação, como forca motriz dessas artes. Quando ouvimos a música pelos fonogramas através de fones de ouvido, reduzimos a distância da fonte sonora até nosso aparelho auditivo, fornecendo na experiência um sentido aflorado da tatibilidade, o que será amparado pela teoria da música audiotátil (CAPORALETTI, 2018). Ademais, exploramos as ambivalências subjacentes à análise comparativa dessas duas modalidades artísticas. Concluímos, portanto, que este estudo promoveu perspectivas atualizadas no domínio das abordagens interdisciplinares entre música e pintura, no recorte mencionado, a partir de análises da poética de Jackson Pollock inserido no movimento do expressionismo abstrato e de gravações de Ornette Coleman e seu grupo de improvisação coletiva do free jazz, delineando novas vias para a convergência entre esses dois domínios criativos no âmbito da experiência interartística que envolve o sujeito, meio e o ambiente na contemporaneidade.

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