Defesa de dissertação de mestrado

Mestrando(a): Maria Luiza Teixeira Ramos Galacha
Título: MULHERES NEGRAS E CIRCULAÇÃO NA ARTE CONTEMPORÂNEA CAPIXABA: INSTITUIÇÕES, EXPOSIÇÕES E TRAJETÓRIAS
Data: 25/06/2024
Horário: 15h
Local: Sala 04 do Cemuni V do Centro de Artes/UFES

Banca Examinadora: 
Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Renata Gomes Cardoso
Examinador(a) externo(a): Prof.ª Dr.ª Aissa Afonso Guimarães (DTAM/UFES)
Examinador(a) externo(a): Prof.ª Dr.ª Renata Cristina de Oliveira Maia Zago (PPGACL/UFJF)

Resumo: Esse texto apresenta reflexões acerca do sistema artístico capixaba e a circulação de artistas afrodescendentes, com enfoque em mulheres. Para compreender as dinâmicas desta circulação é preciso primeiramente abordar, do ponto de vista teórico-metodológico, a questão da configuração dos sistemas das artes e os processos de entrada, reconhecimento e/ou legitimação de artistas historicamente guiados por uma lógica de exclusão e/ou apagamento das presenças de mulheres e/ou de determinados grupos sociais. Portanto, para essa análise são considerados apontamentos acerca dos sistemas de circulação a partir de autores como Bourdieu e Foucault, e, para o caso de mulheres, contexto brasileiro e capixaba, bem como a questão étnico-racial, autoras como Griselda Pollock, Ana Paula Cavalcanti Simioni, Patricia Hill Collins, Lélia Gonzalez, Janaína Barros, dentre outras. Destacam-se características e questões relacionadas ao sistema na capital do Espírito Santo, mais precisamente no Centro de Vitória, utilizando como referência, para compreender o sistema artístico local, os estudos realizados por Almerinda Lopes, em seu livro “Artes Plásticas no Espírito Santo” (2012). Através dessa contextualização, é analisado como o sistema artístico capixaba participa do atual debate sobre circulação de arte e artistas negras e negros, bem como as temáticas étnico-raciais. Na análise, situa-se quatro ações-exposições que funcionam como dispositivos antirracistas e que trabalharam com uma equipe interseccional, ou seja, mulheres pretas, dentre elas artistas, educadoras, mediadoras e curadoras: Projeto Raiz Forte (2012) e exposições Horizontes (2013), Malungas (2018) e Erù-Iyá (2021). A abordagem dessas ações considera os processos criativos das artistas e as relações construídas entre elas, além das temáticas das obras, que enfocam as questões étnico-raciais. Após tais pontuações, registra-se ao final desta pesquisa a necessidade de se pensar o pós-contemporâneo e novas estratégias a partir das produções artísticas e acadêmicas que vem sendo realizadas acerca das temáticas afro-brasileiras, que impõem um processo de crítica e autocrítica nas instituições. Esta última abordagem é debatida com o auxílio de Françoise Vergès (2023), e de curadores/as contemporâneos/as que pensam a alteridade das relações institucionais.

Palavras-chave: sistema artístico capixaba; artistas negras; arte e intersseccionalidade

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