Autoria: Alexandre Siqueira de Freitas
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O livro que você tem em mãos oferece um amplo leque de conceitos para pensar ressonâncias entre obras musicais e de pintura, para ir mais fundo nelas, além da simples desconfiança. O aspecto mais fascinante do livro de Alexandre Freitas, contudo, não é comparar o incomparável (título do ensaio de Marcel Detienne citado por ele), mas propor e fornecer elementos para um jogo ativo da sensibilidade que contempla. De algum modo, as comparações vão grudando nos objetos, tornando-os multidimensionais. Seus comentários que aproximam a pintura de Mark Rothko da música de György Ligeti, na segunda parte do livro, mudaram minha forma de experimentar ambos. Enriqueceram minha experiência. Trouxeram uma qualidade ligetiana para os quadros de Rothko, e algo de rothkiano para as peças musicais de Ligeti.
Paulo da Costa e Silva
Músico, ensaísta e professor de Filosofia da Arte no Departamento de História e Teoria da Arte, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.