Memória e persuasão na pintura de Adriana Varejão.

Nome: FATIMA NADER SIMÕES CERQUEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/07/2009
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
ALMERINDA DA SILVA LOPES Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ELISA DE SOUZA MARTINEZ Examinador Externo
APARECIDO JOSE CIRILO Examinador Interno
ALMERINDA DA SILVA LOPES Orientador

Resumo: A pintura de Adriana Varejão está diretamente relacionada ao modo imbricado com que a artista transita entre a persuasão, como estratégia, que traz a ideia do barroco à atualidade, não para ser reapresentado, mas como referencial do patrimônio artístico, estético e cultural do Brasil. A análise das obras foi enriquecida pela entrevista pessoal à artista, por troca de e-mails e por estudos comparativos com as fontes originárias do período colonial. Gravuras e pormenores da ornamentação em azulejaria são trazidos às telas pela própria artista, em meio a representações variadas entre a figura humana, o auto-retrato, a carne sem corpo ou vestígios da passagem de um corpo não identificado. Essas conexões realizadas pela artista não conciliam conflitos entre a oposição de partes díspares, como o ornamento e a carne, mas também não se resumem a significar o sofrimento do período colonial, quando à época do massacre de índios, em nosso país, pelos colonizadores, já tantas vezes indicadas em sua pintura. Nesse diálogo imbricado, a artista pode fundamentar a construção do espaço pictórico na paródia, na narrativa fragmentada, ou mesmo em sua ausência, tecendo em seu lugar estratégias que ampliam o espaço pictórico em direção ao espaço físico em que se encontra o espectador. O observador da obra, persuadido, faz circular o olhar que lhe é oferecido. A imbricação corpo carne - auto-retrato espectador se apresenta na obra de Varejão como um jogo múltiplo de trocas e substituições. Pode se manifestar como um convite à participação simbólica do campo de representação, desde a referência ao canibalismo, à eucaristia, à oferenda simbólica do corpo da artista, à representação da pintura, como carne viva ou corpo aberto sem órgãos, até à instabilidade da ausência de um corpo representado em um espaço antropomórfico que torna o espectador testemunha e voyeur. A pintura da artista, enquanto mistura combinações de imagens culturais, de origem barroca ou não, dialoga com a tradição da pintura e cria um espaço pictórico fragmentado. Afirma-se como superfície e materialidade, enfatizando o fluxo e a instabilidade entre os polos opostos e faz permanecer o investimento em uma relação em torno do espaço de representação ampliado ao campo físico, no qual se encontra o espectador. Palavras-chave: persuasão. memória. carne. espectador.

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